Impactos do COVID-19 na indústria náutica
Crescimento do setor se dará pelo aumento de atividades náuticas e maior frequência de pessoas dentro de marinas. O consumidor muda seu conceito de prioridade, valorizando a experiência de navegação.
Em meio a este momento pandêmico e de buscas virtuais com maior frequência, o artigo redigido em janeiro de 2021, pela McKinsey & Company, líder mundial de consultoria empesarial, comenta que as empresas passaram seus últimos meses tentando se adaptar a tais circunstancias extraordinárias. “O Próximo Normal vai Ser Diferente” anuncia de forma enfática a revista, referendando a busca de um novo conceito para os negócios pós COVID-19, onde a moldagem do futuro começa a partir das necessidades geradas no período.
A Mintel Group, empresa especializada em tendências de mercado, sinaliza 6 vetores, desse momento: - Saúde indefinida, onde à saúde está como base na mente dos consumidores; - Empoderamento coletivo, a voz do consumidor passa a ser ouvida em busca de equidade; - Mudança de Prioridade, busca do retorno ao essencial com reformulação do que é propriedade; - Grupos de Consumo, onde se reúnem em comunidades com objetivos semelhantes; - Vidas Virtuais, experiência digital em todos os sentidos (estudos, trabalho, vida social digital, negócios, amizades, etc...); - Espaços sustentáveis, onde a consciência do consumidor mudou significativamente quanto à relação ao espaço em que se vive, acelerando assim a demanda por sustentabilidade.
Confirmando a tendência apontada nos vetores citados, a indústria de embarcações de esporte e recreio, viu sua demanda crescer durante a pandemia. A Technavio, empresa especializada em pesquisa de mercado do ramo, projeta em seu relatório que abrange os anos de 2021 a 2025, um crescimento global em torno de $30,01 Bilhões, esse crescimento segundo a empresa se dará pelo aumento de atividades náuticas e maior frequência de pessoas dentro de marinas, buscando seu pares nas atividades ligadas ao mundo náutico. O consumidor muda seu conceito de prioridade, passando a valorizar a experiência de navegação.
O aumento das vendas no setor, possibilitou entregas não só para o Brasil, mas também para o exterior. Foto: NHD 280 sendo despachada para Turquia.
Uma pesquisa feita recentemente pela NMMA (National Marine Manufacturers Association), associação de construtores de embarcações dos Estados Unidos, aponta que o sentimento dos CEO’s para 2021, com um olhar para dentro de suas organizações e seu entorno, considerando crescimento nas vendas, seus desafios serão a manutenção da cadeia logística de abastecimento e o aumento pela mão de obra qualificada no mercado.
O setor náutico no Brasil, não ficará longe da projeção mundial, e as tendências citadas pelas grandes empresas de prospecção futuras, refletirão em nosso país. Agora o desafio é atender os consumidores na sua nova forma de pensar e perceber o mundo, vendo em uma embarcação de esporte e recreio uma forma de se conectar com a natureza e seus pares. O consumidor passa a ter um comportamento voltado para sustentabilidade, na qual os produtos a serem consumidos sugerem a indústria o uso de novos materiais e de novas tecnologias para o produto e os processos produtivos. Converter essas informações em ações é o grande desafio dos CEOs dos estaleiros e indústrias náuticas, gerando assim vantagens para o negócio, para o cliente e para o meio ambiente.
Redação: Evaldo de Souza
Evaldo possui graduação em Administração de Empresas e Engenharia Mecânica, MBA em projetos e especialização em Engenharia de Produção. Atualmente mestrando de Engenharia de Processos pela Univille em Joiville-SC. Atuou como cordenador de pesquisa e desenvolvimento de embarcações de esporte recreio por mais de 15 anos e no momento, é diretor de operações do estaleiro NHD Boats em Itajaí-SC.